Noite da tragédia da Boate Kiss
Publicação 04 de dezembro de 2021
Os depoentes serão Alexandre Marques, testemunha de defesa de Elissandro Spohr, e o sobrevivente indicado pela acusação, Maike dos Santos.
O julgamento dos réus acusados pela tragédia na Boate Kiss em 2013 entra no quarto dia neste sábado (4/12), no Foro Central de Porto Alegre. Os depoentes serão Alexandre Marques, testemunha de defesa de Elissandro Spohr, e o sobrevivente indicado pelo assistente de acusação, Maike Ariel dos Santos.
Nessa sexta-feira (3/12), foi ouvido o gerente da loja onde foram comprados os artefatos pirotécnicos que deram ao início ao incêndio na boate. Daniel Rodrigues da Silva revelou que os materiais comprados, Sputnik e Chuva de Prata, não podem ser usados dentro de locais fechados.
A nota fiscal de aquisição dos artefatos e do dispositivo que os aciona foi apresentada no julgamento. Segundo o depoente, a empresa orientou Luciano Bonilha, réu no caso, sobre o uso do material. Bonilha era produtor e auxiliar de palco da banda Gurizada Fandangueira. “O funcionário teve o diálogo com o Luciano, sempre instruímos”, disse.
Depois, na mesma manhã, foi convocado pela acusação Gianderson Machado da Silva, funcionário de uma empresa de extintores de incêndio, que revisou os equipamentos usados na balada.
Durante a tarde, o júri ouviu o ex-patrão do vocalista da banda, Marcelo de Jesus, Pedrinho Antônio Bortoluzzi sobre a conduta do réu. Marcelo trabalhava numa empresa de construção.
“O que ele me disse chorando é que ele jamais acenderia aquele fogo se ele tivesse imaginado que aquilo se ele tivesse imaginado que aquilo poderia acontecer”, afirmou.
Na noite, e para encerrar o dia, falou o policial militar Érico Paulus Garcia, que na época era barman na casa noturna. Ele testemunhou o que viu na tragédia. Garcia foi considerado um dos heróis da noite, pois teve a ideia de usar uma picareta para quebrar uma parede e liberar janelas para sair a fumaça.
“Lembro de ajudar a carregar os corpos para os caminhões e ajudar lá no Farrezão. Mas não lembro como cheguei lá. Simplesmente apaguei”, descreve.
Nesta etapa, sobreviventes e testemunhas são questionados pelo juiz, pelo Ministério Público, pelo assistente de acusação e pelos defensores dos réus, nessa ordem.